quinta-feira, 5 de março de 2009

Ah, o Brasil.

"Parlamentares decidem combater a corrupção". Esta foi a matéria de capa da página B1 do Correio de Sergipe. Iria passar por mim batida, se não fosse a indignação de um senhor que estava ao meu lado..
"- Eles acham que somos palhaços!" E deu uma sonora risada.

Mas, será que não somos?

Vamos a um breve calculo. Por mês, cada deputado retira do nosso bolso, a pequena quantia de R$ 108 mil. Ou seja, 232x vezes o valor do nosso querido grande salário mínimo.
Já o senado, custa pouco menos, a paupérrima quantia de R$ 124 mil

Alguns podem estar se perguntando, tudo isso? Querido leitor, coloque mais alguns números. Some as verbas indenizatórias, as férias, o auxílio gasolina, ternos, restaurantes nobres, selos (é estimador leitor, os homens do poder se comunicam por cartas!), os apartamentos, o dinheiro na cueca, opa, isso veremos adiante.

Vamos agora, a outro cálculo. De acordo com José Serra, cada casa popular custa em torno de R$ 60 mil e fazer com que um aluno tenha uma educação digna durante seis meses, aproximadamente R$ 260. Ou seja, se reduzíssemos de cada parlamentar R$ 20 mil, aproximadamente 198 casas populares seriam construídas e 46 mil alunos estariam na escola.

Depois dessa pequena matemática, será que o senhor na banca de revistas teria sua resposta?

Somos palhaços sim! Vamos às urnas de olhos fechados e nariz vermelho. O Brasileiro aprendeu a abraçar os pais do povo e esquecer os pais de família. Esquecemos a cada dia aqueles que acordam cedo na caatinga, para tirar o leite de uma pobre vaca que nasceu sem saber o que é água. E a todo dia apertam a tecla da transposição. Pergunto - lhes, esse produto tão raro nos dias atuais, vai chegar à mão dos Josés, Joãos? Será que Maria vai poder lavar sua roupa todo dia?

Certa vez, assisti um documentário, o qual uma senhora de algum interior que não chovia faz muito tempo. Ela dizia que Deus a esqueceu. Não querida, ele lembrou. Só que alguém chegou mais rápido e a sua água, está na propriedade daquele nobre fazendeiro.

É. O Brasil está de ponta cabeça. O INSS está a beira de um colapso, a agricultura já foi para o mato faz muito tempo e os remédios estão a hora da morte.

É muita hipocrisia alguém que ganhe uma fortuna dessas em tempos de crise, vir falar em combater corrupção. Enquanto ninguém agir, continuaremos aqui. Escândalos após escândalos, cueca após cueca.

Haverá um dia que um deputado ganhará como qualquer outro mero mortal. E que em vez de zilhões de partidos sem nenhuma identidade, sem nenhuma história, só por ter, exista união.
Um dia. Quem sabe?

Um comentário:

  1. Oi Rodrigo! Tudo bém? Estou de volta.

    O pior é que a doença está sendo transmitida aos funcionários. No senado os mesmos receberam horas-extras referentes ao período trabalhado durante o recesso. É lindo né. Que tal o exemplo?

    Quanto a postagem no teu blog das minhas criações, podes ficar a vontade e publicar não só Sem ninguém, como quaisquer outras.

    Estou muito feliz em tê-lo como acompanhante, é mais que uma honra.

    Abraços,

    Furtado.

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