domingo, 21 de junho de 2009

Diploma para jornalistas: ter ou não ter, eis a questão?

Respeitável público! Vai começar o espetáculo. O mágico tirará de sua cartola frases bem elaboradas, a trapezista fará seus passos em cima de vírgulas, o palhaço brincará com os acentos e de longe, avistaremos o Pingüim, comendo seu próprio trema. E eis que surge o grande responsável por esse espetáculo: o jornalista.

Essa profissão, que vive a trancos e barrancos não é tão nova quanto se imagina. O primeiro jornal regular de que se tem notícia foi a Acta Diurna, que o imperador Augusto mandava colocar no Fórum Romano no século I de nossa era. A publicação, gravada em tábuas de pedra, havia sido fundada em 59 a.C. por ordem de Júlio César, trazendo a listagem de eventos ordenados pelo Ditador .Na Roma Antiga e no Império Romano, a Acta Diurna era afixada nos espaços públicos, e trazia fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos. O primeiro jornal em papel, Notícias Diversas, foi publicado como um panfleto manuscrito a partir de 713 d.C., em Kaiyuan, em Pequim, na China.

2009. Todos nós, jornalistas ou futuros, nos deparamos com um dilema. Diploma de jornalismo, necessário ou dispensável? Hoje, quarta feira dia 17, O STF decidiu por oito a um que o diploma não é necessário.

- “Um absurdo. A profissionalização é o diferencial de qualificação. Como o médico, o odontólogo, o jornalista que se dedica a estudar sobre a prática/ética deste ofício está mais apto a servir o social.” Diz Adriana Sangalli, jornalista formada.

De acordo com o ministro Gilmar Mendes, "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”. Quer dizer, um excelente chefe de cozinha aprendeu seus pratos como? Ele não esteve em cursos, aulas, ou com mestres da culinária? Simplesmente retirou a receita da internet e a fez? A faculdade não nos ensina a escrever. Isso é um fato. Escrever é uma arte, nascemos com esse dom. Mas, a faculdade o aprimora, nos ensina a pensar, debater, ouvir, raciocinar. Aprendemos ética e teorias políticas. Muitos consideram a melhor etapa da vida. Outros, que já estão trabalhando, sentem falta e dizem que poderiam ter aprendido muito mais. E de repente, o STF abre um vácuo na vida de futuros ou atuais jornalistas.

Sem querer desmerecer outras profissões, bastaria, na concepção do STF, estudar leis e você pode ser um advogado? Ou para ser um bom engenheiro bastaria entender de cálculos e desenhos?

Muitos concordam que em vez de haver a retirada do diploma, a valorização da profissão é mais necessária. O profissional sofre a cada dia com piso baixo, falta de direitos básicos, o não cumprimento da carga horária pelos patrões e vários outros problemas que com o tempo se acentuam.

“Os novos jornalistas se formam pela televisão e esquece de que o que diferencia um bom e um mau jornalista é o senso crítico. É preciso ao invés de discutir a formação, deveria se discutir uma forma de se formar jornalistas mais inteligentes.” Finaliza Jaime Neto, jornalista atuante.

3 comentários:

  1. Olá amigo! Passei para te desejar uma ótima semana, como também dizer que sou totalmente favorável a obrigatoriedade do diploma, assim como para todas e quaisquer profissões. É bem verdade, que o fato do cidadão possuir um diploma, não quer dizer que ele seja um bom profissional, haja visto, o grande número de erros médicos, de prédios desabando, do grande número de reprovações nas provas da OAB, etc, inclusive, acho que todo diplomado antes de exercer a profissão, deveria submeter-se a uma prova de avaliação pelo orgão máximo da classe, principalmente no ramo da medicina.

    Perdoe-me pelas baboseiras.

    Abraços,

    Furtado.

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  2. Olá, achei seu blog por acaso e adorei esse post. Sou estudante do curso de jornalismo e concordo plenamente com você. Essa decisão tomada pelo STF foi as empresas de televisão que entrou com essa ação, pois elas só querem rostos bonitos e inteligência zero.
    abçs
    Suann Medeiros

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  3. Olá Rodrigo, concordo plenamento com tudo que foi abordado, também sou estudante de jornalismo e estou fazendo um trabalho sobre esse assunto, mas, com certeza o Brasil tem que mudar muito em todos os sentidos, concordo tambem com o que a Suann acima, falou pois eles só querem rostos bonitos e inteligência zero. concordo e adorei seu blog.

    Abraços...
    ^^
    Nanny

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